domingo, 8 de maio de 2011

Pesquisas revelam que 3ª idade chegou à internet e convívio muda cotidiano

Estudo registra aumento de 20% das pessoas acima de 50 anos usando a internet, enquanto em 2008, apenas 350 mil idosos tinham acesso à rede com uma média mensal de permanência plugada de 32h40

A internet comercial está no Brasil há 15 anos, mas ainda é uma revolução em andamento, modificando relacionamentos e alterando hábitos de consumo e comportamento. Além da geração Y, os últimos estudos revelam que a internet também chegou com força à outra geração: a 3ª idade. As pessoas nessa faixa etária estão reinventando a maneira de interagir com o mundo, mostrando que a internet também pode ser uma grande aliada dessa geração.

Os idosos brasileiros estão em pleno processo de descoberta dessa nova forma de comunicação, o que requer atenção do mercado para estimular o uso desta ferramenta e investir em estratégias de relacionamento. Conforme estudo realizado pela GfK no Brasil, 88% dos idosos possuem renda própria e representam 17% do poder de compra. “Atualmente, a 3ª idade já apresenta sua parcela de contribuição em mídias sociais e nos índices de vendas em turismo, saúde e beleza, indústria da tecnologia e comércio eletrônico”, diz o diretor comercial e de marketing da Web Consult, Leonardo Bortoletto, especialista em negócios e soluções digitais. Essa mudança também é confirmada por pesquisa divulgada pela GFK, realizada na Alemanha, que avaliou o potencial de compra desse público. O resultado revelou que cerca de 40% dos entrevistados, entre 50 e 69 anos, clicaram para alugar carros, comprar computadores, medicamentos e suplementos alimentares, nos últimos 12 meses.

De acordo o IBOPE, no ano passado houve um aumento em 20% do número de pessoas acima de 50 anos usando a Internet no Brasil. Ainda segundo este instituto, em 2008, apenas 350 mil idosos tinham acesso à internet e uma das possíveis explicações é a pouca familiaridade que essa faixa etária tem com os computadores. A expectativa é que até 2020, essas pessoas representem 18 milhões de consumidores. Uma pesquisa do Ibope NetRatings confirma que esse grupo foi o que mais cresceu em número (num total de 17%), nos meses de fevereiro e março deste ano.

“Segundo dados de um estudo realizado pelo SESC e pela Fundação Perseu Abramo, atualmente, a 3ª idade virtual define novos hábitos e interfere diretamente, inclusive, no consumo. A média mensal de permanência plugada desse público chega a 32h40, se conectando, em geral, pela manhã de suas residências, entre 7h e 10h, usando a web mais como uma ferramenta de comunicação e busca de informações”, conta Bortoletto. 

Outra contribuição da internet diz respeito à socialização da 3ª idade. Entre os que começaram a usar a internet no ano passado, o número de visitantes em redes sociais cresceu quase duas vezes mais rápido que o índice geral de crescimento do uso de internet nessa faixa etária, de acordo com dados do grupo de medição de audiência comScore.

O estudo do envelhecimento acompanha esse fenômeno para determinar se o uso dessas redes sociais pode oferecer alguns benefícios comuns a um grupo de amigos reais, mas de maneira mais fácil de ser organizada e mantida. Segundo pesquisa da AARP – Associação Americana de Aposentados, cerca de um terço das pessoas com idade acima de 75 anos vive sozinha. Dessa forma, as redes sociais acabam por se tornarem um meio para reduzir a solidão. Atualmente, existem mídias sociais específicas para esse público como o Eons (www.eons.com) e o Mais de 50 (www.maisde50.com.br) com cerca de 150 mil cadastrados, sendo 70% do sexo feminino.


Nenhum comentário:

Postar um comentário